segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Religiões são só ferramentas...


Creio que este texto também poderia se chamar "ferramentas religiosa". Queridos leitores, sei que para muitos será difícil assimilar, e principalmente aceitar este princípio, mas toda e qualquer religião não passa de uma simples ferramenta para alcançar a espiritualidade, uma espécie de muletas para aqueles (quase toda humanidade,  onde eu estou incluso) que ainda não conseguem fazer isso de maneira mais "natural".

Entenda, o mundo espiritual (não confundir com plano astral) é puramente abstrato, o mundo das ideias de Platão, onde "o princípio de tudo que existe" é idealizado, sendo a manifestação objetiva (mundos físico, astral, mental e prânico) uma simples tentativa de concretização.  A natureza reproduz e tenta de diversas maneiras realizar o arquétipo. Este é um princípio teosófico que não pretendo me aprofundar  neste texto.

A questão que pretendo salientar é que, por esta razão, todas as religiões estão certas ao mesmo tempo todas estão erradas. São ferramentas diferentes para seres humanos diferentes, por isso nunca serão unificadas, não há a religião "certa", há a ferramenta religiosa que serve para aquele indivíduo, ou para aquele grupo da sociedade, a "prótese" adequada para cada tipo de deficiência.

Nós não podemos ainda (neste grau de evolução) compreender plenamente a subjetividade absoluta, principalmente o ocidental, onde costumamos racionalizar todos os processos e superestimar o pensamento objetivo. Não estou dizendo que os orientais sejam melhores que nós, mas certamente eles tem muito mais facilidade com a abstração, em absorver conceitos "intuitivos".

Para isso é que precisamos da religião. Quero dizer que elas seriam dispensáveis? Claro que não, se necessitamos delas, elas são necessárias. Mas pode ser que futuramente, a situação mude, porém a base religiosa, que é a simbologia, possivelmente sempre irá ter um papel importante para a humanidade. Os símbolos são o nosso melhor recurso para alcançar aquela "região" de nossa consciência que compreende a essência da existência.


Por isso os símbolos são tão importantes, poderíamos dizer que eles são o "alfabeto" necessário para acessar o mundo espiritual, ou mundo da "essência". Os principais problemas relacionados a religião, são justamente quando se tenta "racionalizar" o seus mitos, interpretando-os literalmente, como fatos históricos. A simbologia não se trata de fatos, mas certamente o fundamentalista jamais irá aceitar esta realidade, pensando portanto que "só sua mitologia salva".

Segundo a Teosofia os dogmas religiosos são como aquelas linhas auxiliares utilizadas nos cadernos de caligrafia, chegará certamente um dia em que serão pouco necessárias. Não porque a espiritualidade seja algo "primitivo" ou irreal, mas porque acessaremos e compreenderemos seus princípios de maneira mais natural.

Toda aquela "encenação" do rito religioso, serve justamente de maneira simbólica para absorvermos um princípio maior. Claro que neste meio do caminho, muito se corrompeu, e a grande maioria dos dogmas hoje são usados ou para explorar o povo, ou para justificar o ódio e a discriminação. Temos que admitir que, na história recente ocidental, certamente a religião trouxe muito mais malefícios do que benefícios.


Mas isto não tira a importância da simbologia, porém justamente por ser uma "ferramenta" autêntica, que nos auxilia a nos conectar com nosso "princípio superior", quanto menor for nossa compreensão quanto a esta "dinâmica", mais fácil será para exploradores de todo tipo usarem este aspecto a seu favor, explorando a multidão ignorante.

Trata-se de uma faca de dois gumes, com o poder tanto de nos "elevar" ao nosso princípio superior, quanto de nos "rebaixar" até a besta-fera instintiva que habita cada um de nós.

CAMOS


ver também:

http://cronicasespiritualistas.blogspot.com.br/2012/11/gatilho-religioso-somos-deuses.html

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