sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O Verdadeiro Sacrifício de Sangue... e de Suor


Milênios de tradição oral, ocasionam na perda quase total, além de incontáveis confusões e deturpações de todos os tipos, dos conhecimentos e tradições arcaicas da humanidade. Culturas originadas em Eras e civilizações que não mais constam em nossos registros históricos, nos restando somente para consulta os mitos e suas derivações, ou seja, as religiões.

Uma das tradições que mais se perderam e deturparam, foi a do sacrifício de sangue, que nada tinha a ver com matar uma pessoa ou um animal. Sei que nos registros históricos constam o assassinato de animais e mesmo seres humanos,   porém ocorre que esta tradição já havia se perdido milênios atrás.

Não tenho a intensão de ofender a crença de ninguém, mas como místico, religioso e escritor, sou obrigado a transmitir a verdade.

Que tal começarmos pensando no sentido real das palavras? O que afinal significa sacrifício? Será que realmente significa assassinato em nome de divindades ou amigos imaginários? Não, na verdade sacrifício significa "sacro-ofício", ou seja, "ofício sagrado". Quanto será ser sagrado o assassinato de uma criatura inocente?

O sacrifício de sangue, na verdade era uma espécie de "oferenda" aos "seres superiores", onde o que era ofertado era a "nossa própria vida", não a de outro. Quer dizer suicídio? De maneira alguma, não tinha a ver com morte, mas com vida, era um compromisso, uma vida dedicada a uma causa superior. Algo semelhante a vida dos sacerdotes nos dias de hoje, aquele que iria ser o intermediário dos seres humanos com a "realidade superior".

Poderíamos então chamar o sacrifício de sangue de uma espécie de sacrifício de sangue e suor, já que a questão envolvida não era a morte, mas o trabalho. Neste processo, o neófito deveria realmente sacrificar a sua "outra vida", abrindo mão de boa parte de seu lazer, horas vagas, etc., muitas vezes tendo mesmo que abdicar de uma vida "normal", constituição de família, pois o Oficio-sacro exigia muita dedicação e tempo livre.

O derramamento de sangue animal que é feito nos dias de hoje, nada tem a ver com sacrifício, trata-se de feitiçaria, do tipo das mais baixas que existem, pois invoca e cria elos com criaturas do "baixíssimo" astral, que usam o plasma derramado para alimentar suas formas de existência ilusória.

CAMOS

18 comentários:

  1. Voce fala de uma coisa e de outra bem diferente ao mesmo tempo, esta limitado como um cavalo de carroça, com a visão apenas para frente.

    O significado da palavra que tu deu é em latim que é uma das linguas mais jovens do mundo, em linguas muito mais antigas a tradução é outro não existia a palavra sacrificio.
    Recue seus "estudos" mais um 10000 anos se conseguir e ve se aprende alguma coisa antes de falar bobajem!

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    1. Querido leitor, o que usei no texto foi a lei hermética de analogia, obviamente em outros idiomas desvinculados do Latim, o termo utilizado era outro.

      Porém o sentido continua o mesmo, aqueles sacrifícios de animais e pessoas que se estuda na história, já eram deturpações de tradições fragmentadas e perdidas, no meu texto eu estava me referindo a civilização Atlante, que ao se "espalhar" pelo globo, se fragmentou e originou as civilizações "históricos" mais antigas que conhecemos e "aceitamos" academicamente como reais

      forte abraço

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  2. Não sei se concordo. Tem casas de Candomblé que o sacrifício é feito com muito bom senso. Já vi casas de Candomblé que fazem o sacrifício, oferendam o sangue com alguns outros elementos nos assentamentos de Orixás e o resto dos animais é feito comida para todos que estão presentes. Não vi nada de assustador, não vi nenhuma matança ou tipo de feitiçaria. Muito pelo contrário, apesar de ser Umbandista e saber que no meu tipo de culto não se aceita sacrifício animal, tendas de Candomblé que fazem a prática com bom senso são repletas de boas energias.
    É claro, realmente existem seitas que usam deste ato para se ligar com seres do baixo astral, fazer pedidos descontrolados e etc... Mas não são todos.
    Tudo depende do ponto de vista. Vamos combinar que nos centros espíritas eles falam a mesma coisa sobre a Umbanda quanto ao uso de bebidas e fumos, dizem que estamos criando elos com o baixo astral, mas não, nós umbandistas sabemos de perto o fundamento desses elementos. Assim como os candomblecistas sabem o fundamento do sacrifício.
    A Lei Divina nunca permite uma casa de feitiçaria ficar aberta tanto tempo, eu vejo com meus próprios olhos. Tendas que trabalham com magia negra duram pouquíssimo. Sempre há um motivo para o fechamento... O dirigente fica doente, os filhos vão embora, não conseguem sustentar a casa... Enfim, são diversos motivos.
    Agora quem usa deste ato com responsabilidade, e bom senso, dentro de seu fundamento, a Lei Divina tanto permite quanto ajuda para o crescimento.
    Enfim, é isso que eu creio e vejo...

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    1. não sei se entendi lá no inicio.. o que seria matar um animal com bom senso?

      e se invertermos a situação, será que eu poderia sacrificar um ser humano (como era feito em muitas culturas) com bom senso? Aí estaria tudo bem?

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  3. "Os feiticeiros fazem verdadeiros milagres quando estão ajudados pela credulidade dos imbecis." Eliphas Levi

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  4. Sim, bom senso dentro das práticas que são impostas para cada religioso, oras. O sacrifício faz parte da ritualística de Candomblé e eles não devem pedir desculpas por isso, quem se inicia sabe.
    É claro, como você mesmo disse, respeitar não é sinônimo de aceitar, mas vamos combinar que no post está meio que falando que todo sacrifício é para um fim negativo, e não é, não mesmo.
    Tenho certeza que um candomblecista iria se sentir tristíssimo em ouvir (ler) que na verdade o que vem praticando á tempos (como disse, dentro do bom senso) é estar alimentando seres do baixo astral, o que com amor e respeito ele chama; Orixás.
    Na minha família muitos parentes faziam essa prática, dentro da Umbanda mesmo, muito antigamente onde em algumas casas a Esquerda aceitava sacrifício, e eles dizem que nada mudou, nada era feito pro mal, somente raramente era usado o sacrifício para algumas coisas bem específicas. Com o tempo os próprios guias da casa foram pedindo outros tipos de elementos, falando que não era mais necessário o sacrifício... Mas vai saber o trabalho que é feito na egrégora do Candomblé, não sabemos... Por isso prefiro estar do lado de lá pra saber melhor.
    Mas não estou te criticando, adoro seu trabalho e sua opinião, mas também gosto de trocar opiniões e acho todas válidas :)

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    1. sei que é triste quando lemos que nossa crença é fundamentada em algo que não é benéfico, mas uma hora ou outra, alguém tem que nos dizer

      a linha da esquerda que "antigamente" (e ainda nos dias de hoje aceita em alguns terreiros) a sangria animal, não eram Exus, mas Kiumbas, ainda tão presentes em muitos terreiros.

      Como eu já escrevi tantas vezes, o Orixá não é um ser, nem ao menos pode "gostar ou desgostar de algo", o Orixá é a matéria prima de tudo que existe, nós podemos conhece-los e entender, ou não... rituais são criados pelos homens, os "Deuses" nunca pediram nada

      Eras atrás o sacrifício humano era aceito... hoje as pessoas ainda se alimentam de carniça animal, muito está relacionado ao costume da época

      saravá

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  5. Queridos leitores, no texto eu não me referi a nenhuma religião em específico, todos tem o direito de concordar e manifestar sua "discordância" (por isso que eu autorizei os comentários, embora esse blog não seja de religião africana).

    Assim como os leitores tem o direito de discordar com meus textos, eu também tenho o direito de discordar e manifestar através da minha ferramenta (a escrita) de conceitos de outros religiosos.

    Minha principal formação é ocultista, muitos conceitos foram adquiridos através da experiência direta, todas as religiões da atualidade são menos que fragmentos de conceitos arcaicos a muito esquecidos... como escritor, uma de minhas principais tarefas é justamente resgata-los

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  6. Ou somente a forma de trabalhar é diferente.... Vamos nos lembrar que Orixá Male trabalhava com animais vivos e alguns pratos que levam carne. A neta de Pai Zélio disse que no preparo de sarapatel de Ogum era sacrificado um porco castrado fora do templo.
    Será Orixá Male um kiumba?

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    1. certamente que não, mas lembrando que o médium funciona como um "filtro" para a entidade (estou detalhando isso no meu novo livro), muitas vezes são os próprios médiuns que mitificando a ritualística, pensam ser necessário isto ou aquilo

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  7. "sei que é triste quando lemos que nossa crença é fundamentada em algo que não é benéfico, mas uma hora ou outra, alguém tem que nos dizer"

    Tenho parentes kardecistas que quando me viram trabalhando com o Caboclo e usando charuto, disseram-me que estou sustentando o vício de um espírito atrasado.
    Dizem que Pombagira é um espírito sujo e mulher da vida quando encarnada e só está junto á mim para me incitar ás coisas erradas.
    Parentes evangélicos que dizem que na verdade só estou com demônios no corpo.
    Parentes ateus que dizem que isto é somente o meu mental e estou dançando ao som de tambores frenéticos.

    Muitas foram as "verdades" que me apresentaram. Em quem será que devo acreditar...?

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    1. não deve acreditar em nenhuma, deve seguir teu bom senso e encontrar tuas próprias verdades

      pratique uma religião, não seja seguidor dos outros, obtenha o discernimento por si mesmo

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  8. Isso que eu quis dizer quanto ao texto dos parentes. Vc disse acima que as vezes as pessoas fazem rituais que não sejam benéficos. Mas talvez o que eu considero bom p mim pode ser ruim para outra.
    Orixá Male explicou o fundamento das práticas que fazia.

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    1. como eu disse antes, o médium é um filtro, muito do que a entidade "diz" durante a manifestação, vem da própria mente do médium, que tem a ver com suas crenças...

      por isso mesmo as entidades de Umbanda "aos poucos" foram substituindo os sacrifícios por outras práticas. Porque será que antes precisava e depois não? A verdade é que nunca precisou, mas os médiuns da época "acreditavam ser necessário", então reproduziam o que aprenderam, pois não conseguiam "conceber" algo diferente.

      com todo respeito a figura do Zélio... era só um médium, como qualquer outro, sugeito a falhas, animismos e fantasias (como acreditar que Oxalá é Jesus, por exemplo).

      boas intensões nem sempre são suficientes, são necessárias boas ações... matar não é um ato de bondade, nunca foi, nunca será... foi aceitado em alguns períodos pela "ignorância" do povo na época, está na hora de evoluirmos

      são aspectos dispensáveis de algumas tradições, ouso dizer que são como "ancoras", que impede a evolução (por isso surgem religiões sincreticas, como a Umbanda, que são justamente releituras de sistemas religiosos que se tornaram obsoletos e inflexíveis).

      Saravá

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  9. Ah... Sei lá! Hahaha, a Umbanda é tão complexa que ás vezes até eu fico (?)

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    1. é, uma religião livre, que justamente por isso estimula o pensamento e a reflexão. É diferente do molde autoritário e dogmático, onde a resposta final "está definida", basta dizer amém

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  10. no meu terreiro algumas oferendas de exu vão carne crua mas compradas no açougue, segundo os exus da casa, quando algum médium ou pessoa da assistencia está com um miasma, larva astral ou algum tipo desses negativismos que muitas vezes nao sao conscientes a carne é um bom elemento pq ela é absorvedor dos mesmos por ser um elemento negativo e com isso absorve-los pois estes larvas e miasmas se sentem atraídos pela carne.. bom, isso foi o q aprendi c eles...

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    1. está correto, mas existem outros métodos

      acho que nesses casos, é mais mistificação por parte dos médiuns, que dentro da vivência do terreiro, "aprenderam" a fazer daquele método, então pensam ser necessário... estou dizendo que o médium interfere na mensagem dos guias

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