quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Tabaco na gira - Trecho Livro Umbanda uma visão e esotérica



"Muitos guias espirituais da Umbanda também utilizam o tabaco como uma forma de defumação durante os trabalhos, eles tragam o cigarro, charuto ou palheiro, e sopram a fumaça no consulente, realizando um trabalho de limpeza por defumação, mais localizado. 

Porém sabe-se que esta prática acaba prejudicando o corpo físico do médium, assim como o do consulente, que naquele momento é um fumante passivo. Um trabalho de defumação eficiente no início da sessão, utilizando as ervas apropriadas, dispensa o trabalho com tabaco, lembrando que os verdadeiros guias de Umbanda jamais irão obrigar o médium a utilizar algo que o irá prejudicar. 

O corpo físico pertence ao médium, as entidades não nos comandam, não nos obrigam a nada, elas realizam trabalhos mágicos através de práticas diversas utilizando temporariamente nosso corpo, no entanto, sempre temos o livre arbítrio para optar o que iremos permitir que seja feito e qual é o limite de liberdade que daremos aos guias espirituais. 

Lembrando que tudo o que fizermos, seja sozinho ou acompanhado de inteligências invisíveis, sempre irá gerar karma, já que cedemos o controle de nosso corpo às entidades somente de forma parcial, conservando sempre nosso direito de escolha, pois incorporação não é possessão."


trecho tirado do livro Umbanda uma visão esotérica
para ler outro trecho: http://migre.me/9F5x6 

domingo, 28 de outubro de 2012

Vídeos - Índios: o que fazer com eles? Pirulla

Este é um assunto muito pertinente e atual, como as tradições indígenas estão muito relacionadas com a temática deste blog, considerei importante compartilhar este vídeo:


O Pirulla é um excelente blogueiro, nem sempre concordo com seus pontos de vista, porém os assuntos abordados costumam ser muito relevantes e bem embasados.

para ver mais vídeos dele, visite o canal:

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O Verdadeiro Sacrifício de Sangue... e de Suor


Milênios de tradição oral, ocasionam na perda quase total, além de incontáveis confusões e deturpações de todos os tipos, dos conhecimentos e tradições arcaicas da humanidade. Culturas originadas em Eras e civilizações que não mais constam em nossos registros históricos, nos restando somente para consulta os mitos e suas derivações, ou seja, as religiões.

Uma das tradições que mais se perderam e deturparam, foi a do sacrifício de sangue, que nada tinha a ver com matar uma pessoa ou um animal. Sei que nos registros históricos constam o assassinato de animais e mesmo seres humanos,   porém ocorre que esta tradição já havia se perdido milênios atrás.

Não tenho a intensão de ofender a crença de ninguém, mas como místico, religioso e escritor, sou obrigado a transmitir a verdade.

Que tal começarmos pensando no sentido real das palavras? O que afinal significa sacrifício? Será que realmente significa assassinato em nome de divindades ou amigos imaginários? Não, na verdade sacrifício significa "sacro-ofício", ou seja, "ofício sagrado". Quanto será ser sagrado o assassinato de uma criatura inocente?

O sacrifício de sangue, na verdade era uma espécie de "oferenda" aos "seres superiores", onde o que era ofertado era a "nossa própria vida", não a de outro. Quer dizer suicídio? De maneira alguma, não tinha a ver com morte, mas com vida, era um compromisso, uma vida dedicada a uma causa superior. Algo semelhante a vida dos sacerdotes nos dias de hoje, aquele que iria ser o intermediário dos seres humanos com a "realidade superior".

Poderíamos então chamar o sacrifício de sangue de uma espécie de sacrifício de sangue e suor, já que a questão envolvida não era a morte, mas o trabalho. Neste processo, o neófito deveria realmente sacrificar a sua "outra vida", abrindo mão de boa parte de seu lazer, horas vagas, etc., muitas vezes tendo mesmo que abdicar de uma vida "normal", constituição de família, pois o Oficio-sacro exigia muita dedicação e tempo livre.

O derramamento de sangue animal que é feito nos dias de hoje, nada tem a ver com sacrifício, trata-se de feitiçaria, do tipo das mais baixas que existem, pois invoca e cria elos com criaturas do "baixíssimo" astral, que usam o plasma derramado para alimentar suas formas de existência ilusória.

CAMOS

terça-feira, 23 de outubro de 2012

mensagem Sr. Ogum Shoroquê


“Eu menosprezo aqueles que vêm tentando nos colocar todos dentro de um padrão de conduta hierárquica. Nós somos tantos e tão variados quanto à existência humana e suas legislações, cargos e comandos.  Eu não sou caboclo, eu não sou Orixá, eu estou muito além de um e muito abaixo do outro, onde nenhum dos dois poderia estar. Em uma mão eu sou Ogum e na outra eu sou Exu, mas eu não sou qualquer Ogum, eu sou Shoroquê, quem duvide que peça para ver. Como nós, há tantas coisas acima e abaixo da humanidade, que ela não poderia nem em sonho conceber, está certo aquele que diz que em terreiro não é fácil me ver, pois eu não baixo em qualquer um, eu não sou qualquer Ogum e onde eu entro, onde eu caminho nenhum dos outros vai se atrever, eu conheço tanto acima como embaixo, tanto o claro quanto o escuro, eu vi as duas forças, as duas faces, os dois lados e para mim a alma humana não tem segredos, pois não há nada que possam me mostrar que eu não queira ver. Eu não estou aqui para lhes passar entretenimento, nem para saciar a curiosidade, mas o que quer que queiram de mim, peça que vamos ver. Se quiserem instruções, força e compreensão, estas lhe darei sem lhe pedir nada a não ser tua própria devoção, seu próprio suor, em prol de minha causa, aquela pela qual eu luto. Mas se quiseres ouro, entre outras coisas materiais podemos negociar, mas não lhe prometo que tudo não vou lhe arrancar. A mesma mão que dá é a mesma mão que tira, só o que eu não posso lhe tirar é aquilo que já possui, aquilo que conquistas-te com o próprio suor. Isto ninguém pode lhe tirar, mas se pedires aquilo que é do outro, outro também poderá pedir aquilo que é teu. E agora me responda, a quem eu devo atender?”
22/04/2011 Sr. Ogum Shoroke

P.S. Esta, entre outras citações estarão presente em meu novo livro, em breve.... CAMOS

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Salve as Pomba-Giras!


"a pombogira girou, girou e mandou avisar: que hoje tem festa na Calunga,
tem clarão da Lua pra quem chegar..."



Uma homenagem a uma velha amiga...
Rainha das Sete Encruzilhadas.


Yshtar


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A linha da esquerda é inferior a da direita?


A natureza é dual... eu já usei esta afirmação em tantos textos que até já perdi a conta. Porém não tem jeito, o entendimento deste princípio é necessário para atingir o discernimento em diversas outras questões, pois são derivadas deste fator.

Esta lei universal é tão presente, tão evidente, que se torna difícil compreender como ainda tem gente que não conseguiu "absorver" este conceito. O átomo é dual (possui carga positiva e negativa), a eletricidade, os gêneros (macho e fêmea), nossa simetria bilateral (dois braços, duas pernas, etc.), e por aí vamos..

Até nosso cérebro, tem dois hemisférios. E não pensei que é um a cópia do outro, não, ambos são opostos e complementares. Enquanto o hemisfério esquerdo trabalha o raciocínio objetivo, concreto, o direito é responsável pela nossa capacidade de abstração, a arte, a música, a subjetividade, etc.

Depois de toda essa introdução, é que nós chegamos no assunto em questão, a Umbanda e suas duas linhas, a da esquerda (Exus e Pomba Giras ou Bombogiras) e a da direita (demais guias espirituais e entidades). E a pergunta do título do post é: Será a linha da esquerda inferior a linha da direita?

Respondendo a pergunta com outra pergunta: Você tem dois braços, será seu braço esquerdo inferior ao braço direito? Algumas pessoas tem maios habilidade no braço direito (destros) enquanto outros tem maior destreza no esquerdo (canhotos), porém ambos são necessários para a realização da maioria das atividades humanas, qualquer um que faltar, certamente fará muita falta para o indivíduo.

O mesmo ocorre com a espiritualidade, ela possui dois braços, ou melhor dizendo, duas vias evolutivas. Na Umbanda, as entidades espirituais que se manifestam através dos médiuns (os guias espirituais), quando pertencem a uma via evolutiva, dizemos que pertencem a linha de esquerda, quando pertencem a outra, dizemos que são da linha da direita. Estes são os dois braços da Umbanda, nenhum é superior ou inferior ao outro, ambos tem a mesma importância  o mesmo poder, pois são opostos que se complementam.

Estaria eu afirmando que os Exus e as Pomba Giras podem ser tão evoluídos quanto qualquer outro guia espiritual? Sim, é exatamente isso.

Este é certamente o ponto mais importante do texto, pois eu sei que a grande maioria dos umbandistas, acredita que o Exu é um ser em evolução, que um dia será um guia espiritual (quando evoluir), etc. Saibam todos, estejam cientes, que isto é uma grande mentira, uma confusão, ou fantasia dos umbandistas (estou para escrever um texto com este título, "fantasias dos umbandistas", pois realmente são várias...).

Mas então o Exu não é um ser em evolução? Claro que é... ele está sim evoluindo, assim como eu estou, assim como você e como qualquer outro guia espiritual de qualquer outra linha está, de certa forma estamos todos no mesmo "barco". Agora, o Exu é um ser de evolução inferior aos demais guias espirituais? De forma alguma, não necessariamente.

Obviamente há vários níveis de evolução dentro das linhas de esquerda, há (como sabemos) hierarquias entre os Exus, obviamente há Exus mais evoluídos, e também há os que estão em "início de carreira" como guardiões do astral. A questão é que essas hierarquias se igualam a linha da direita, onde ocorre exatamente o mesmo. Portanto podem haver Exus mais evoluídos que os demais guias que se manifestam em um terreiro, mas ele sempre se manifestará na linha de esquerda, pois este é o "caminho" evolutivo dele.

Então quer dizer que os Exus não foram marginais em outras vidas? E as Bombogiras não foram garotas de programa? Bom, talvez tenham realmente sido... assim como talvez você tenha sido um pedófilo ou serial killer, e sabe se lá mais o que, assim como eu posso ter sido, como qualquer  outra pessoa encarnada, ou mesmo um guia espiritual pode ter sido, afinal tivemos milhares de encarnações, como poderemos saber?

Mas não, Exus e Bombogiras não são marginais e muito menos depravados, os marginais do astral são os Kiumbas (que frequentemente se passam por Exus, enganando médiuns, sacerdotes e consulentes em inúmeros terreiros). Exus e Pombagiras só são "diferentes", como eu já falei, devido a sua "via evolutiva". Entenda leitor, eu não intentei essas duas linhas evolutivas, há outros autores que também se referem a ela, como Osho, para citar um. Se trata do desapego, e do viver intensamente, dois caminhos opostos, mas ambos (cada um a sua maneira) fazem o ser evoluir.

Na Umbanda, aqueles que seguiram a via do desapego, acabam se tornando o que chamamos de guias espirituais da direita, os que optam pelo "viver intensamente", pertencem a linha de esquerda. Nenhum é superior ao outro, ambos cumpriram seu papel evolutivo, porém cada um a sua maneira.

Para o Exu, não há mistérios quanto a vida humana, pois ele já viveu tudo (ou quase tudo) que poderia viver. É por isso que sua forma de manifestação faz alusão as "coisas da vida", porque ele é um "amante da vida", ele ama a vida em todas as suas facetas. Entenda, para nós o Exu é um mistério, ele é o grande arcano da espiritualidade... agora para o Exu, não há nada em nós que ele desconheça, nada que possamos fazer que o surpreenda, pois para eles somos como crianças, vivendo o que eles já viram.

Outro texto que eu estou pensando em escrever é o de "etiqueta na espiritualidade", onde eu abordarei (obviamente de maneira irônica) a questão da maioria acreditar que "quanto mais comportada a entidade", quanto mais "fala mansa" ela tiver, mais evoluída é a criatura. Ilusões, fantasias... entidades guerreiras são mais agitadas, entidades de curas, costumam ser mais calmas... o que não é uma regra, pois se o curandeiro for indígena ou africano, certamente irá se movimentar, quem sabe até "dançar" e ou gritar durante a gira.

Não é a aparência que indica o grau evolutivo de uma entidade, mas a profundidade da sua mensagem e o trabalho que ela realiza. Exus e Bombogiras sempre serão alegres, faladores, e usarão linguagem coloquial, pois eles (mais que os outros guias) não estão nem um pouco preocupados em causar boa impressão, ou em "serem aceitos".

Eles não tem nenhuma necessidade de "pompa", pois são as entidades espirituais mais "informais" de todas, em um tratamento direto com o consulente, onde este se sente a vontade para contar para os "cumpadres e as cumadres", tudo aquilo que muitas vezes não ousaria revelar nem mesmo para seus parentes ou amigos mais próximos, pois sabem que não haverá nenhum julgamento ou condenação, somente uma conversa franca de "amigo para amigo".

Entendam, eles não precisam de nós, para nada, nós é que muitas vezes precisamos deles, pois como já foi dito muitas vezes, na Umbanda:

"Sem Exu não se faz nada".

Laroiê Povo da Rua, Saravá aos donos da noite...

CAMOS

Crônicas Espiritualistas em Vídeo 03 - CUIDADO COM OS ORADORES HABILIDOSOS


Abaixo, dividido em duas partes, o terceiro vídeo do meu canal no youtube:



Peço desculpa aos leitores pela demora da publicação deste terceiro vídeo, compromissos profissionais me impediram de produzi-lo antes.

Em breve novos vídeos.

domingo, 14 de outubro de 2012

Finalista Prêmio Top Blog 2012 - Blog Crônicas Espiritualistas




É com grande alegria e entusiasmo, que anuncio que o blog Crônicas Espiritualistas está entre os finalistas do 2º turno do Prêmio Top Blog 2012.

Confesso que fiquei surpreso, pois um blog focado na crítica religiosa, no pensamento filosófico, que muitas vezes pode contradizer algumas crenças dos próprios leitores, que tem o foco no esclarecimento e não na transmissão de mensagens consoladoras (muito encontradas na web), tenha se igualado em votos junto aos blogs de "pregação religiosa" pura e simples.

Este fato certamente é uma evidência de que nem todos os religiosos são (como creem muitos ateus) tolos supersticiosos,  que há muitos pensadores e questionadores que consideram a existência de um universo muito mais amplo e abrangente.

Considero este blog neste concurso, um representante da religiosidade como algo vivo e inteligente, por isso gostaria muito de poder contar com o voto de todos.

Para isto basta acessar o blog: 
cronicasespiritualistas.blogspot.com 

e depois clicar no link do concurso no canto superior direito, irá abrir a tela abaixo:


Basta Logar com seu usuário do Gmail,  do Facebook, ou do Twitter para validar seu voto.

Conto com a colaboração de todos os leitores.

CAMOS

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Atabaques, usar ou não usar? Eis a questão...


Há no meio umbandista, muitas divergências quanto ao uso ou não dos atabaques, enquanto alguns optam por utilizar esta ferramenta, outros são estritamente contra.

Mas afinal, é certo ou errado usar atabaques durante as giras mediúnicas? Certo e errado, bem e mal, estas terminologias "extremistas" eu sempre procuro evitar, pois não está de acordo com a realidade, que é complexa e variada, e não preto no branco como muitos ainda teimam em acreditar (contrariando a lógica do mundo que os cerca).

A gira utilizando atabaques não é certa nem errada, é simplesmente diferente da gira que não utiliza, a "movimentação" energética será bem diferente, enquanto a primeira é mais "intensa" a outra é muito mais suave.

Mas então qual será a melhor? Depende, qual é o propósito da gira? Com que tipo de trabalhos os médiuns estão acostumados a lidar? Quais as entidades que se manifestam?

Aqueles umbandistas que vem do espiritismo kardecista, costumam optar por não usar atabaques, pois estão acostumados com o silêncio. Nessa "Umbanda meio espírita", muitas vezes utiliza-se a luz branca nas giras (tipo iluminação de sala de aula), trabalhando no ambiente claro, o que causa estranheza em muitos umbandistas, como eu.

Há aqueles que dizem que o toque do atabaque estimula o chakra básico (sexual) e que por isso não deve ser utilizado em trabalhos espirituais. Segundos eles o atabaque seria inferior a outros instrumentos musicais, como os instrumentos de corda que "vibram" em frequência mais elevada.

Realmente, o toque do atabaque estimula o chakra básico, porém o que muitos não sabem é que isto é comum e mesmo desejado em certos tipos de trabalhos espirituais. Sempre costumo definir a Umbanda como um Xamanismo contemporâneo, ao meu ver é o Xamanismo da nossa Era, por isso irei tratá-la aqui neste texto como tal.

O trabalho xamânico, diferente do trabalho budista, por exemplo, necessita de um mergulho consciente na realidade, intenso, é um caminho oposto ao do monge que "se afasta" da realidade senciente.

Nenhum é superior ou inferior ao outro, melhor ou pior, são somente trabalhos muito diferentes, trilhas diferentes de evolução e trabalho espiritual. Na gira de Umbanda, se lida com energias e se "quebra demandas" que nem no sonho mais dourado do monge seria possível realizar, pelo menos não com a velocidade que nós fazemos. Por outro lado o budismo trabalha "outras questões", como o controle da mente, do corpo, etc.

Para quem prefere e considera superior o guia espiritual de fala mansa e movimentação moderada, saiba que na minha opinião esta é uma idiotice sem tamanho. Alguns guias espirituais, pela linha que atuam e as energias com que trabalham, são muito mais agitados do que outros... a dança, os sons, gestos, estalos, assovios, tudo faz parte de seu "trabalho mágico". Portanto esqueçam as "regras de etiqueta mediúnica" que aprenderam no espiritismo, terreiro não é centro espírita, aqui o trabalho é de pé no chão e ninguém está preocupado com as aparências, só o trabalho a ser realizado é que importa.

Para finalizar o texto, vou registrar o meu gosto pessoal: a meu ver trabalhos de gira sem atabaques acabam perdendo boa parte da "graça", e certamente do "poder" de quebra de algumas demandas. Isso não quer dizer que eu sou contra a Umbanda sem atabaques, somente opto por "bater tambor".

Talvez no final seja mais uma questão de gosto... 

CAMOS

terça-feira, 9 de outubro de 2012

E aquela macumba da esquina?



Nós do Sol de Aruanda, somos extremamente contra aquelas "oferendas" realizadas em esquinas, que além de sujar a cidade, ainda degradam muitos pseudo-religiosos. Se trata de uma prática de feitiçaria da pior espécie, originada de confusões e deturpações diversas.

Nós não consideramos esta uma prática pertencente a Umbanda, ao menos não por aquilo que entendemos como Umbanda (embora saibamos que muitos praticantes vão pensar de maneira contrária).

Como poderia esta ser uma prática umbandista, se a maioria utiliza sacrifício animal? Prática inexistente na Umbanda...

Como poderia ser uma prática Umbandista a poluição e sujeira? Se esta tem a natureza como o que há de mais sagrado... devendo portanto preservá-la acima de tudo.

Será que esses praticantes que utilizam estes métodos torpes, fazem ideia de que tipo de entidades se beneficiam daquela comida deixada ao relento? Será que alguém realmente acredita que sejam os Guias espirituais? Ou pior... os Orixás?

Os únicos seres que se beneficiam daquele alimento são os Eguns (fantasmas, mortos), seres que ainda presos às necessidades básicas da última existência, e que fazem "qualquer trabalho" em troca de um prato de comida... literalmente.

Para quem não sabe, eu diferencio Eguns de Guias espirituais, pois enquanto estes habitam o plano astral em caráter missionário (por vontade própria, para nos auxiliar) os primeiros são seres que ainda não encontraram "seu caminho", ou em casos piores, até já se desassociaram da alma imortal (se tornando os seres conhecidos como Cascões, uma espécie de Zumbi astral).

Aquela comida é portanto necessária para revitalizá-los, saciando suas "vontades" e dando-lhes mais um tempo de existência naquela condição ilusória de vida. Em muitos casos são verdadeiros criminosos da espiritualidade, viciados, que podem fazer tudo ao seu alcance para sustentar seus vícios.

Muitos desses "pobres coitados" podem ser comparados aos dependentes químicos do mundo físico, pois eles realmente são viciados em sensações que tiveram durante a vida corpórea, as quais posteriormente devido ao desencarne físico, acabaram sendo privados.

Essas feitiçarias clandestinas de baixo calão, são como já mencionei, derivadas de deturpações, confusões, do mau entendimento de praticantes e pseudo-sacerdotes, que imagino desconhecerem a inevitável lei de Karma, caso contrário saberiam que estes "favores" obtidos realmente não compensam as consequências futuras.

Não devemos temer a vida, tentar se esquivar das vicissitudes do dia-a-dia e imaginar que isto é "normal" e que não terá consequências lá na frente, é uma alienação existencial.

CAMOS

para quem quiser saber se estas práticas tem eficiência e como podemos nos defender delas, ler o texto:

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

diferenciando Obatalá do Deus Cristão


As crenças originalmente africanas, de modo geral, acreditam em uma origem comum para tudo que existe, uma Unidade que a tudo abrange, algo impessoal, imparcial e absoluto. Esta "Unidade" era conhecida por nomes diferentes em cada região Africana, os mais comuns eram Zambi, Olurum, ou Obatalá.

Diferente dos demais Orixás (que nada mais eram que qualidades derivadas dessa unidade absoluta, manifestações da pluralidade cósmica) Olurum não era cultuado, ou mesmo representado, realmente era mesmo pouco pronunciado. Para ELE (ou Aquilo) não eram realizadas oferendas, e muito menos feitos pedidos, porque se compreendia que Aquilo era o Todo, portanto como poderia o Todo interceder por uma ínfima parcela?

Muito diferente do Deus Cristão, Zambi não era Alguém, mas Algo, que não podia ser definido por palavras ou imagens. Na África ninguém costuma dizer, "vá com Zambi",  ou "fique com Obatalá", assim como não havia pessoas com Olurum, ou sem Olurum no coração. Aquilo é TUDO, ele não vai, não fica, não volta, simplesmente está em todos os lugares, é tudo que existe, eu não posso ficar sem ele, ou me ausentar dele, me separar, pois eu também Sou uma parcela do todo.

Se este é o caso, porque no Brasil muitas pessoas acham que não há diferença entre este conceito e o do Deus Cristão? Creio que este fator tem dois motivos, primeiro por causa do sincretismo (pois os escravos eram obrigados a crer nos mitos cristãos, então eles "disfarçavam os seus" para ficar semelhante), e posteriormente pelo medo e preconceito, pois para a grande maioria das pessoas (ainda é assim) o que não é Cristão, não pode ser do bem (mesmo que os maiores crimes e genocídios da história humana, tenham sido a grande maioria em nome do Deus Cristão, lembrando que é o mesmo Deus dos Judeus e Muçulmanos).

O outro motivo é que no Brasil, essencialmente quase todo mundo é católico, nosso senso mais recente comprova este fato. Bem, eu sei que muita gente se declara católico no senso apesar de frequentar mais os terreiros (ou centro espíritas, templo budistas, etc.) do que as igrejas, mesmo assim o molde mental da grande maioria provém da doutrinação da igreja romana. Nosso país tem essa característica, o cidadão sai da igreja, mas leva junto consigo Deus, Jesus e diversos outros conceitos (e preconceitos), muitas vezes ousando descaracterizar outras crenças. Isto acontece seguidamente com as filosofias orientais, que no Brasil ganham "Deus de brinde", conceito inexistente no oriente. Muitas vezes a ousadia é tanta, que tentam empurrar até Jesus no pacote.

É uma questão cultural, acima de tudo, a prova disso é que muitos dos "sem religião" costumam crer em Deus e Jesus (as vezes até em vários santos, anjos, etc.). Não tem jeito, não adianta dizer que é ateu, você vai ouvir um "fica com Deus", ou um "vai com Deus", seguidamente. Não tem escapatória, são conceitos quase unânimes, o jeito é levar na "esportiva" e quando surge oportunidade, dar aquela alfinetada só para sacudir um pouco a inércia mental da população.

Porém algo que me incomoda bastante é aquela frase feita muito típica, que afirma que: "O Deus é o mesmo em todas as religiões", porque na verdade, não é. Quer dizer, ele pode ser o mesmo nas religiões derivadas da cultura Hebraica, Cristianismo, Judaismo, Islamismo, etc., esses realmente creem na mesma coisa, só muda o profeta e a versão final da literatura sagrada.

Agora, nas outras religiões, dizer que se trata do mesmo Deus é só mais uma tentativa de enfiar tua crença goela abaixo do teu próximo (aquele que frequentemente tu afirma amar e respeitar). Quer dizer, o próximo pode ter outra crença, desde que no fundo seja igual a sua? Só o nome pode ser diferente? Que tipo de liberdade é essa? E se não for pedir demais, coloca Jesus aí, tipo num lugar em destaque no teu altar, como sendo o mais importante. Mas não vai me dizer que budista não acredita em Jesus?

Isto não é nem de longe respeitar a crença do outro, isto é imposição, a todo custo, nem que seja deturpando e descaracterizando totalmente a fé alheia.

Mas então não é o mesmo Deus? NÃO, não é.

Como eu já disse, nas culturas orientais nem ao menos existe Deus, pois trata-se de "outro" modo de compreender o mundo, mais filosófico e científico, no oriente o homem é uma divindade que faz parte da natureza, está conectado com tudo que existe, não necessitando portanto de intermediários e muito menos de submissão.

Quanto às tradições ameríndias e africanas, os conceitos também são muito diferentes, a origem de tudo está mais vinculada à própria natureza do que a seres extracósmicos (em outros textos esclarecerei melhor esta questão).

Apesar disso, é claro, no Brasil tudo isto já virou "samba" há muito tempo, Tupã (que nem ao menos era uma divindade para os índios) já virou sinônimo de Deus, assim como Olurum, Obatalá, ou Zambi, para o brasileiro comum, tudo se resume ao Deus cristão.

Sei que muitos devem estar se questionando: Mas não são conceitos diferentes para a mesma "coisa"? Não, definitivamente não são, pois se os conceitos são opostos, como podem ser equivalentes? 

Sei que para muitos é uma questão de interpretação, mas no meu ponto de vista, não é, sabe porquê? Porque eu creio sim em Zambi, porém o Meu Deus não é o mesmo que o Deus cristão, simplesmente porque:

  • O meu Deus não condenou a humanidade;
  • o meu Deus não criou nenhum inferno;
  • o meu Deus não criou nenhuma entidade maligna que castiga (Diabo);
  • o meu Deus não expulsou ninguém de nenhum paraíso;
  • o meu Deus não inventou pecados e portanto não condena;
  • o meu Deus não "afogou" quase todos os seres vivos do planeta (Dilúvio);
  • o meu Deus não precisa ser louvado e adorado para salvar ninguém;
  • o meu Deus não enviou o próprio filho para a morte certa;
  • o meu Deus não pediu para nenhum seguidor matar o próprio filho em seu nome;
  • o meu Deus não coloca a mulher como inferior ao homem;
  • o meu Deus não condena os homossexuais;
  • e principalmente, em nome do meu Deus, não houveram guerras santas, inquisições, nem nada do tipo.
e por aí vai...

Claro que muitos desses fatos citados são simbólicos, míticos, porém como a maioria das pessoas interpreta como sendo literais, me obrigo a fazer o mesmo.

Pelos motivos culturais citados, compreendo que muitos serão incapazes de compreender e/ou aceitar este conceito, portanto não peço que você entenda ou acredite, só que respeite.

Respeite quem já se libertou destes condicionamentos mentais do ocidente, não venha jogar toda essa sujeira e todo esse sangue derramado em nome do teu Deus em cima do meu.

Você é livre para crer no que considera mais confortável, realmente não peço que mude, só imploro que respeite quem crê em algo diferente, ou mesmo quem não crê em nada, pois está no direito de cada um. Faça isso sem hipocrisias, sem querer "infiltrar" a todo custo tua crença na do outro.

Crer nisso, naquilo ou em nada, é direito constitucional do cidadão, nenhum de nós tem a garantia de estar realmente certo.

Pense nisso.

CAMOS

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Brasileiros X Umbanda



Noto muitos fatos curiosos ( e outros revoltantes) entre a relação da maioria do povo brasileiro e a religião mais brasileira de todas, a Umbanda.

A grande maioria das pessoas costuma difamar e ridicularizar os praticantes e freqüentadores desta religião, muitas vezes fazendo piada a nível nacional (inacreditavelmente não sendo considerado preconceito religioso, sendo que por muitos menos qualquer outra religião realizaria passeatas, protestos e encaminharia processos).

Mas apesar do desprezo, do descaso, imaginem só, quando a pessoa está com algum problema que os “outros meios” (medicina, tecnologia e sua própria prática religiosa) não conseguiram resolver, adivinham em que porta eles irão bater?

Essa não é uma opinião particular deste autor, é uma constatação de inúmeros casos que presenciei e continuo presenciando. Quando a vida “aperta mais do que se pode suportar”, é o Terreiro (Templo) umbandista que muitas vezes serve de última porta na qual o indivíduo vai bater, normalmente solucionando o problema dele, para ele.

Porque será que há essa mudança de opinião tão rápida quando a pessoa está com risco de vida? Será que hoje em dia ninguém tem fibra ou coragem suficiente para ser fiel as suas convicções e morrer com alguma dignidade? Ou será que não eram convicções? Só um descaso, menosprezando  e ridicularizando aqueles que futuramente iriam lhe ajudar, só porque era engraçado.

Obviamente muito disso se deve à ignorância (falta de conhecimento) do grande público em relação ao que é a Umbanda, julgando todo tipo de feitiçaria como sendo obra de nossa religião. Há também os falsos sacerdotes, que mais para criminosos que para religiosos, mancham a imagem da religião, realizando feitiços (mediante pagamento) e afirmando falsamente serem umbandistas.

Ora, feitiçaria já existia antes da Umbanda e continuará existindo depois que ela finalizar seus trabalhos neste mundo. Feitiços sempre são mascarados de várias formas (já que o propósito do feiticeiro é realmente enganar), não é culpa, nem responsabilidade dos umbandistas “essas coisas” existirem. Mas é fato que no Brasil, a Umbanda é um dos únicos meios que combatem com eficácia toda forma de feitiçaria. 

Representando meus irmãos umbandistas, afirmo nesse texto que não somos feiticeiros e que corajosamente os combatemos quando é possível e necessário. Por isso e por tudo mais, respeito é bom e “nós” (umbandistas e guias espirituais de Umbanda) gostamos e merecemos. 

Isto não é um pedido (pois não somos mendigos), mas uma exigência, ninguém está aqui para servir de bode expiatório para vossos medos e inseguranças espirituais e religiosas.

CAMOS